A vez em que eu conheci o Diego!

Diego, aquela tartaruga de Galápagos que foi responável por salvar a espécie de extinção, lembra? Se não lembra eu te conto. Há uns 50 anos existiam só 2 machos e 12 fêmeas da espécie de tartaruga gigante a qual Diego pertence. Cientistas decidiram começar então um programa de reprodução da espécie e levaram Diego, que estava no zoológico de San Diego, na Califórnia, para Galápagos.

Em 2020 Diego, com mais ou menos 100 anos, junto com alguns de seus companheiros, se aposentou e foi levado para sua ilha natal em Galápagos. Como legado, essa turma deixou mais ou menos 2000 tartarugas da mesma espécie e acredita-se que Diego tenha participação em 40% dessa população. Diego e seus amigos tiveram um papel muito importante na teoria da evolução de Darwin, mas vamos começar do começo.

Meu pai sempre foi muito aventureiro, mas nunca com o tipo de aventura que eu gosto. Ele e meu irmão já escalaram várias montanhas (como o Everest por exemplo) e já foram até para a Antártida em um daqueles navios quebra gelo, mas essa não é a minha pegada. Mas em 2014 encontramos uma aventura que era um sonho meu e que ele estava super a fim de fazer, conhecer as Ilhas Galápagos no Equador.

Galápagos é um arquipélago composto por dezenas de ilhas vulcânicas localizado a mais ou menos 1000km da costa do Equador, o famoso “no meio do nada”. O arquipélago ganhou notoriedade por ter sido uma participação importante no desenvolvimento da teoria da seleção natural de Charles Darwin.

Explicando de maneira simplificada, ao visitar Galápagos, Darwin notou que cada ilha tinha um tipo diferente de geologia e um grupo específico de animais que viviam em cada uma, as tartarugas de uma ilha eram diferentes das tartarugas de outra por exemplo. Com isso ele começou a imaginar que esses animais tiveram que se adaptar a alimentação e ao ambiente de cada ilha, o que sugeriria que o meio ambiente foi capaz de transformar essas espécies.

Mas chega de ciência, vamos à viagem e principalmente às fotos, porque é isso que importa nesse post especial.

Voamos de São Paulo a Quito, capital do Equador, onde passamos uns dois dias antes do nosso vôo para a Ilha de Baltra. Apesar de ter dezenas de ilhas, poucas são habitadas, e muitas são apenas grandes rochas e não são habitat de animais terrestres.

Eu achei que assim que o avião pousasse a gente ia olhar pela janela e ver aquela floresta verdinha e maravilhosa. Aparentemente na época eu não sabia o que significava “ilha vulcânica”.

Aeroporto
Vista da janela do avião

Do aeroporto fomos encaminhados a um ônibus que nos levaria ao nosso navio. Aí eu também me confundi um pouco, achei que faríamos um cruzeiro por Galápagos, mas o navio estava longe de ser um cruzeiro, depois ficamos sabendo que o termo correto é navio de expedição, o que faz muito mais sentido, já que a ideia era conhecer as ilhas e não ficar tomando margaritas na piscina do deck (que nesse caso não existia).

Nosso navio
A “piscina do deck”

No navio eles nos explicaram que a maior parte das ilhas não é habitada e que fazem parte do Parque Natural de Galápagos, que têm várias regras com o intuito de proteger os animais. Não se pode ficar nas ilhas depois das 6 da tarde, não pode deixar lixo, não pode tocar nos animais e aquelas coisas todas que a gente já sabe, mas eles foram muito enfáticos. Sempre fico feliz quando vejo que a natureza está sendo protegida.

Não lembro a ordem nem os nomes das ilhas, infelizmente, mas vou colocar fotos e falar dos animais e das histórias e já deve ser suficiente para se ter uma ideia do espetáculo que é esse lugar.

Passamos o primeiro dia inteiro viajando e logo na primeira noite fomos agraciados com a visita de vários tubarões que ficaram por horas nadando ao lado do navio ancorado. As fotos não estão muito boas, mas foi um negócio incrível.

Leão marinho nadando com os tubarões

No dia seguinte começamos a visitar as ilhas. Logo na primeira, conhecemos um casal de avós que estava viajando com o neto e como eles eram meio atrapalhados meu pai já se dispôs a ajudar o menino.

Essas são as famosas iguanas marinhas, elas ficam aí nas ilhas, mas de vez em quando mergulham e são excelentes nadadoras. Elas estão em toda a parte, no começo dá um pouco de medo, mas depois a gente acostuma.

Muito românticas
Dando uma nadadinha

Em uma das ilhas também tinha milhões desses caranguejos vermelhos, que meu pai pegou, mas eu não cheguei nem perto.

Todo mundo vivendo na paz

Eu me apaixonei pelos leões marinhos, eles estavam em toda parte, sempre fazendo fofuras.

E nadavam com a gente!

Outro famoso habitante das ilhas é a iguana terrestre. Um monstro!

E as aves, que eram muitas.

Flamingos
Pelicanos
Cormorão
Pinguim
Boobies!

As ilhas eram super diferentes entre si, essas não populadas são super inóspitas para humanos.

Essa era uma das ilhas habitadas

Pra completar o álbum de fotos, vou contar a historinha dessa caixa de correio. Ela fica em uma das ilhas habitadas, a Floreana. Em 1793 um capitão de um navio colocou essa barril de rum para servir como caixa de correio para que os trabalhadores dos navios que passassem por ali pudessem se comunicar com suas famílias. O processo era lento, um navio passava e deixava as cartas, quando passasse um outro navio indo para o país para onde as cartas estavam endereçadas eles as levavam e deixavam outras e assim ia.

Mas a ilha Floreana também é cheia de mistérios devido a uma família que se mudou para lá em 1930 (ou por aí). O casal teve um monte de filhos, teve padre e médico visitando, carta chegando no barril e um monte de outras histórias muito legais que são contadas em um livro chamado “Floreana”, que eu recomendo muito!

E finalmente as tartarugas gigantes! Dá vontade de abraçar,mas a gente não podia chegar perto. Muitas já vivem soltas nas ilhas, mas muitas ainda estão nos centros de conservação para proteção da espécie.

Centro de conservação onde Diego salvou sua espécie
Fila da procriação

Eu não lembro exatamente qual é o Diego, mas ele tava por aí, reproduzindo.

E essa foi nossa viagem a Galápagos. Eu me arrependo tanto de não ter feito um diário com o nome das ilhas e os detalhes de tudo que a gente viu… mas fazer o que, talvez eu tenha que voltar 🙂

Esse post eu fiz para comemorar que o meu pai tomou a primeira dose da vacina ontem!

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